O caminho para a oração eficaz

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Comunhão profunda, adoração reverente e hábito regular de oração são fundamentais para a eficácia da comunicação com Deus.

O caminho para a oração eficaz - Logos Vos

LIÇÃO 1 – Pr. Valério Oliveira

O caminho para a oração eficaz
Salmo 65.2-5

2 Ó tu que ouves as orações! A ti virá toda carne.

3 Prevalecem as iniquidades contra mim; mas tu perdoas as nossas transgressões.

4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos satisfeitos da bondade da tua casa e do teu santo templo.

5 Com coisas tremendas de justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra e aqueles que estão longe sobre o mar (Sl 65.1-5).

Lucas 2.36-38
6 Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era muito idosa; tinha vivido com seu marido sete anos depois de se casar

37 e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite.

38 Tendo chegado ali naquele exato momento, deu graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

INTRODUÇÃO
Oração é o meio de comunicação com Deus que nos dá o privilégio de mantermos comunhão profunda com Ele. Também é o caminho que nos assegura vitória em qualquer circunstância, mesmo que a resposta não seja da maneira como a esperamos. Importante é saber que Deus não nos deixa sem resposta (Mc 11.24). A convicção de que o Senhor tem sempre uma saída para os que clamam a Ele faz com que tenhamos a convicção de que não há um problema demasiadamente grande para Deus. Abraão Lincoln, presidente dos Estados Unidos, disse: “Tenho sido levado muitas vezes a ajoelhar-me pela convicção esmagadora de que eu não tinha outra saída. Minha própria sabedoria e dos que estão ao meu redor pareciam insuficientes para o dia”. Nesta lição estudaremos sobre o a ser trilhado para a oração eficaz.

O QUE SIGNIFICA ORAÇÃO  

Definindo a oração
Oração é o meio de comunicação com Deus, sem o qual o homem não pode desfrutar da verdadeira comunhão com o Seu Criador. Segundo o dicionário Vine, há duas palavras hebraicas para orar, pālal, que significa “orar, interferir, meditar e julgar”, e o substantivo tᵉphillāh, oração. Ambas as palavras são usadas para descrever a oração, em seus diversos modelos, seja na forma de agradecimento, petição ou intercessão. Proseuche é a palavra grega mais usada no NT para designar o termo orar, o qual, além de expressar súplica pelas bênçãos de Deus, também tem a ver com adoração. Dentre outras palavras citadas no texto grego para oração, temos: euchomai, desis, enteuxis e erōtaō. Oração é um envolvimento profundo do homem com Seu Criador, e tem um endereço certo: “Pai nosso, que está nos céus” (Mt 6.9). O apóstolo Tiago escreveu que, à medida que nós nos aproximamos de Deus, Ele se aproxima de nós (Tg 4.8).

A oração como meio de adoração
Segundo o Dicionário Bíblico Hebraico-Português, de SchÖkel, L. A., a palavra hebraica para adorar é shāḥāh, e significa “gesto para expressar respeito ou reverência a uma personagem, submissa ou vassalagem a um superior; adoração à divindade”.  O termo grego mais usado para adorar, no NT, é proskuneō, que também indica prestar reverência. Brandt e Bicket, argumentam que é impossível dissociar a oração da adoração. Para eles: “A palavra ‘adoração’ engloba um conceito vital no que se refere à oração […] a ‘adoração’ estabelece o tom para a vida de oração de alguém”. Não se pode, portanto, aproximar-se de Deus, em oração, sem um verdadeiro espírito de contrição e reverência. O salmista faz um convite para que nos acheguemos a Deus com toda humildade e reverência: “Ó vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Sl 95.6). A Bíblia diz que a profetisa Ana “adorava a Deus jejuando e orando dia e noite” (Lc 2.37).

A oração como meio de comunhão com Deus
A palavra “comunhão” é uma das palavras mais citadas pelos cristãos, e ocorre doze vezes no NT. Vincent diz que comunhão (greg. Koinōniā) é “um relacionamento entre indivíduos que envolve um interesse em comum, além de uma participação mútua e ativa”. O apóstolo Paulo escreveu que os crentes foram chamados por Deus “para a comunhão de Seu Filho” (1Co 1.9). Quando oramos, nossa comunhão com Deus torna-se melhor, visto que a oração é um diálogo entre Pai e filho. O salmista disse: “Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes e fazes chegar a ti” (Sl 65.4). Aquele que se aproxima de Deus o faz por meio da observância da Sua Palavra e da oração. É, portanto, do interesse de Deus que haja proximidade de seus filhos com Ele, e o caminho, além de uma vida de santificação, é a oração (Hb 4.16).

CAMINHO PARA A ORAÇÃO EFICAZ

Oração com rogos
A palavra grega mais bem empregada para rogar é parakaleō, que, segundo o Léxico Grego-Português do Novo Testamento, significa “pedir algo com sinceridade e de forma adequada”, embora o termo tenha também o significado de “consolar, confortar e exortar”. A palavra denota, ainda, um “pedido urgente ou apelo por misericórdia”, como fez o centurião romano: “[…] chegou junto dele um centurião, rogando-lhe e dizendo: ‘Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado” (Mt 8.5,6). Esta mesma atitude aconteceu com outras pessoas no ministério de Jesus, como os doentes (Mc 6.56) e o leproso (Mc 1.40). Para o cristão da atualidade, é importante saber que a oração é um meio de falarmos com Deus, tanto de modo habitual quanto no momento de emergência, como fez o apóstolo Pedro na hora do perigo: “Senhor, salva-me” (Mt 14.30); e que a oração deve ser feita com franqueza e confiança.

Oração de contrição
A palavra hebraica para “contrição” é dakkak, e quer dizer “esmagado, ferido, contrito”. Ao se aproximar de Deus pela oração, é importante que a pessoa seja desvencilhada da arrogância e da soberba. Acerca do assunto, escreveu
Tiago: “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6). Na parábola sobre o fariseu e o publicano, Jesus mostrou a diferença entre apresentar-se a Deus quebrantado e apresentar-se confiante na própria justiça (Lc 18.10). O fariseu reivindicava seus direitos, o publicano, porém, “nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18.13 – NVI). Jesus afirmou que o publicano voltou para casa justificado, o fariseu, não, “pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 18.14). Após ter recebido o perdão de seus pecados, Davi afirmou: “A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17).

Oração de intercessão
Sheets Dutch, apresenta uma definição de intercessão, de Webster, que diz que intercessão é “ir ou passar entre; atuar entre dois partidos com a intenção de reconciliar aqueles que divergem ou contendem; interpor-se; mediar ou fazer intercessão; mediação”. Devemos entender que Deus é soberano em Suas decisões, no entanto, Sua Palavra nos assegura que a oração é um mandamento para os filhos de Deus, e que Ele opera por meio das petições. Deus quer que oremos e que façamos intercessões por todos os homens (1Tm 2.1). Uma prova de que Deus está interessado na intercessão, está claramente definida em Ezequiel 22.30,31: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30).

COMO SE ACHEGAR A DEUS EM ORAÇÃO?

Em submissão
Segundo o conceito bíblico, submissão indica “reverência”, “temor” e “obediência a Deus”, e, por conseguinte, também se estende aos líderes estabelecidos para cuidar do rebanho do Senhor (Hb 13.17). Isto é melhor exemplificado na palavra grega doulos, para expressar a condição do servo de Deus, palavra esta que designa o mais baixo grau de hierarquia entre os humanos, pois trata do escravo capturado na guerra ou comprado por dinheiro. Segundo o Dr. R. N. Champlin, “ninguém é inferior a um escravo. O escravo não tem vontade própria”. Assim, pois, com o coração de servo (doulos) devemos nos achegar a Deus, confiantes na Sua misericórdia e respaldados no nome de Jesus (Jo 14.14; 16.23). O próprio Cristo deu-nos o exemplo de submissão ao Pai, em suas orações: “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido à sua reverente submissão” (Hb 5.7 – NVI). Lembre-se sempre: ao estabelecer comunicação com Deus, faça-a de modo reverente e profundamente submisso.

Com espírito de gratidão
Segundo o Léxico de Strong, a palavra hebraica para gratidão é todah, e expressa sempre algo relacionado com uma ação de reverência ou reconhecimento; a palavra pode ser também traduzida como dar graças, ação de graças, dar louvor a Deus, ou até hino de louvor e confissão. Por outro lado, ingratidão é um grande defeito, pois indica falta de reconhecimento por algo despendido a seu favor, e isso demonstra um caráter inapropriado para o cristão. O salmista reconhecia a importância de manter a memória vívida com os benefícios de Deus, a ponto de dizer: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueça de nenhum de seus benefícios” (Sl 103.2). O apóstolo Paulo exorta: “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20).

Mantendo o hábito de orar
Assim como o oxigênio é essencial para a vida dos seres vivos, de igual modo, a oração é indispensável para a manutenção da vida espiritual do crente. Jesus deixou claro esta ideia, ao afirmar: “E quando orares […]” (Mt 6.5,6). Isto significa que a oração deve se tornar um hábito. O salmista entendia a importância desta realidade: “De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz” (Sl 55.17). Daniel não negligenciava seu tempo de oração, mesmo sabendo que corria o risco de morte: “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa […], e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” (Dn 6.10). Você tem mantido o hábito de orar?

CONCLUSÃO: A oração assegura a comunhão do crente com Deus, pois é o caminho que estreita a relação do homem com Seu Criador. A maneira, porém, de se apresentar a Deus em oração, deve ser observada na Palavra do Senhor. Nela encontramos as diretrizes para a oração eficaz. A recomendação de Jesus é que não devemos orar como os hipócritas ou os pagãos (Mt 6.5, 7), pois suas orações são conduzidas pela falsidade ou pelas repetições vazias.  À medida que o crente se aproxima de Deus, deve entender que a humildade, marcada pela contrição, deve fazer parte de sua conduta na comunicação com o Senhor: “[…], mas eis para quem olharei: para o pobre abatido de espírito e que treme diante da minha palavra” (Is 66.2).

Referências bibliográficas

BÍBLIA. Português. Edição revista e corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

CHAMPLIN, R. N. O novo testamento interpretado: versículo por versículo, v. 5. São Paulo: HAGNOS, 2014.

BRANDIT, Robert L; BICKET, Zenas J. Teologia bíblica da oração: o espírito nos ajuda a orar. Tradução: João Marques Bente Rio de Janeiro: CPAD, 1993.

DUTCH, Sheets. Oração intercessória: como deus pode usar seus intercessores para mover céu e terra. Trad. Elizeu Pereira. Minas Gerais: ATOS LTADA, 1999.

STRONG, James. Léxico Hebraico, aramaico e Grego de Strong. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.

VINE, W. W; NGER, Merril F.; JR, William White. Dicionário vine: o significado exegético e expositivo das palavras do antigo e do novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.

VINCENT, Marvin Richard. Estudo no vocábulo grego no novo testamento, v.1. Trad. Degmar Ribas Júnior e Marcelo Siqueira Gonçalves. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

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Com experiência no Brasil, Moçambique e hoje no Paraná, sou educador e meu objetivo é contribuir para o crescimento espiritual através do ensino das Escrituras.
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